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Foto do escritorMaria Eduarda Oliveira Pires

O valor simbólico da vida contemplativa


Por Ir. Catherine Marie, CP, Novembro de 2007


Os sinais estão ao nosso redor, comunicando informações e significados. Um mosteiro também é um sinal silencioso. Tenho testemunhado ao longo dos anos uma incrível comunicação do Espírito Santo que acontece nas mentes e nos corações das pessoas que dirigem até esta propriedade, este solo sagrado, e especialmente quando dirigem naquela curva no topo da colina em frente ao mosteiro, onde a capela aparece pela primeira vez.


Já ouvi crianças dizerem: “A paz tomou conta de mim”. Já ouvi adultos dizerem: “Quando fiz aquela curva no topo da colina e o mosteiro apareceu, quis diminuir a velocidade e entrar bem devagar”.


Entregadores, inspetores de elevadores, eletricistas e assim por diante – pessoas que vêm simplesmente para fazer uma entrega ou para fazer algum trabalho na propriedade, acabam fazendo perguntas sobre Deus e a Igreja. Muitas vezes acabam dizendo que gostariam de poder ficar porque encontraram a paz, ou como quer que a expressem.

O que esta acontecendo aqui?

É a energia do Espírito Santo que irradia luz e paz aos corações humanos a partir de um SINAL que a própria Igreja estabeleceu, de um mosteiro que é uma morada de Deus com o homem, ou como o Papa Bento o chama, um lugar onde o céu e fusão da terra. E sabemos que o nosso actual(2007) Pontífice está realmente a promover o valor da vida monástica.


Penso que quando as pessoas veem um mosteiro, há verdadeiramente uma graça oferecida nos seus corações. O Espírito Santo desperta na pessoa, tornando-a consciente do pequeno mosteiro, da morada que carrega no coração. Há um convite para voltarem para seus próprios corações e para o Deus que ali habita.


Os mosteiros chamam as pessoas de volta à única coisa necessária: amar a Deus de todo o coração e amar o próximo como Cristo o ama. Os mosteiros chamam as pessoas a uma vida de oração mais profunda, a abrandar e a ficar quietos por um tempo, a dedicar mais tempo a Deus e a entrar mais profundamente naquele desejo por Deus que está escrito em cada coração humano.


O valor simbólico de um mosteiro é chamar as pessoas à oração, a aprofundar o seu próprio apelo à contemplação.


Graças à acção do Espírito Santo na Igreja do nosso tempo, temos uma renovada consciência de que cada membro da Igreja, e não apenas sacerdotes e religiosos, cada membro do Corpo de Cristo é chamado à santidade. Há uma consciência renovada de que a própria Igreja, e cada membro dela, é ativa e contemplativa.


Mesmo aqueles cuja vocação os coloca no mundo barulhento e agitado de hoje, sim, cada um de nós, diz a Igreja, deve ser ativo e contemplativo. Na nossa cultura, somos muito bons em atividade, mas que tal promover a dimensão contemplativa da nossa vida cristã? Talvez este aspecto do nosso chamado batismal precise ser focado mais seriamente em nossos tempos.

O Papa João Paulo II traçou um maravilhoso plano pastoral para este novo milênio, e nele apelou a cada membro da Igreja a aprender mais profundamente a arte da oração.


Nem todos podem viver num mosteiro, mas todos podem afastar-se regularmente, como o próprio Jesus fez, e reservar algum tempo para estar a sós com Deus em oração. Tempos de adoração diante do Santíssimo Sacramento, momentos de atenção silenciosa ao tesouro que trazemos em nossas almas batizadas – a habitação da Santíssima Trindade – entrando realmente em um relacionamento mais profundo com a Trindade, nos manterão crescendo na arte da oração cristã.

Isso nos trará a paz que o mundo não pode dar. Isso nos manterá enraizados na presença fiel de Deus conosco na turbulência do dia e nas cruzes que cada um de nós é solicitado a carregar.


Cada um de nós tem uma morada de Deus em nossos corações, onde o amor de Deus é constantemente derramado em nossos corações. Reservar um tempo para entrar em contato com esse tesouro escondido nos ajudará a desenvolver a arte da oração e a ser testemunhas mais eficazes de Cristo para a família, os amigos, a paróquia e o mundo em que vivemos.


Os mosteiros existem como um sinal, uma lembrança deste apelo cristão à santidade e à oração.


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