As pessoas sempre dizem: “Ano novo, novo começo”, mas por que sempre temos que recomeçar? Por que acabamos sempre caindo nas mesmas coisas? Se sempre temos que recomeçar, provavelmente significa que estamos fazendo algo errado. . .
Na minha casa tínhamos o problema de sempre acabar quebrando o ferro. Ou esquentava demais, saía um líquido enferrujado e manchava as roupas que estávamos passando, ou simplesmente não ligava. Depois de um tempo sempre teríamos que comprar um novo. . . E toda vez falávamos que íamos cuidar melhor do novo, que não íamos quebrar. . . E o que aconteceria? A mesma coisa aconteceu repetidamente! Mas o que é que estávamos fazendo de errado? Por que eles sempre acabavam quebrando?
Então, um dia, alguém teve a grande ideia de ler o manual de instruções... Dã! Quem sabe como as coisas funcionam melhor do que quem as fez?!?! Para poder usar bem o ferro, para saber o que deve ou não fazer, é preciso saber o que ele PODE FAZER e as capacidades que possui.
E a mesma coisa acontece conosco. . .
Na maioria das vezes, não paramos para refletir sobre quem somos e o que temos, mas deveríamos – pelo menos de vez em quando. Por que? Porque se não sabemos quais dons Deus nos deu, como podemos usá-los? Como podemos aproveitá-los ao máximo e, portanto, viver melhor?
Temos que conhecer tudo o que Deus nos deu como pessoas humanas para vivermos da melhor maneira possível. Também conhecido como precisamos ler o manual de instruções.
Deus nos deu duas faculdades que nos tornam semelhantes a Ele e superiores às outras criaturas (*lembra que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus?): inteligência e vontade. Ele também nos libertou e nos deu a capacidade de amar.
Inteligência
A inteligência é o que nos permite pensar, procurar e encontrar a verdade usando a mente e a razão. Graças a esta capacidade podemos compreender e aprender, imaginar e memorizar. Podemos descobrir e inventar coisas novas e excelentes, tornando o mundo melhor. Mas o mais importante de tudo é que graças à inteligência podemos conhecer a verdade.
Conhecer a verdade significa que o que pensamos coincide com a realidade.
Por exemplo: Se vemos um burro e pensamos: “O que estou vendo é um burro”, estamos na verdade. Mas, se formos um pouco míopes e olharmos para o burro e pensarmos que o que estamos vendo é um cavalo, então a nossa visão engana a nossa inteligência e nos afasta da verdade.
A verdade sobre se é ou não um burro ou um cavalo pode não ser tão importante para a nossa vida (ninguém vai morrer por confundir um burro com um cavalo), mas há verdades que são muito importantes de saber porque afetam toda a nossa existência. São o que chamamos de verdades “transcendentais”. Estas verdades respondem a perguntas como: Por que estou vivo? Quem me deu a vida? Por que Ele me deu vida? O que ele quer de mim? Por que tenho que morrer se quero viver? Por que o mal existe no mundo? Por que existe sofrimento se quero ser feliz?
Nossa inteligência nos permite conhecer essas verdades transcendentais, mas só as descobriremos se dedicarmos tempo e usarmos nossa inteligência pensando, estudando e fazendo perguntas. Por outro lado, se passarmos a vida pensando se o que vemos foi um burro ou um cavalo, nunca descobriremos nada de transcendental para a nossa vida.
Vontade
Não apenas pensamos, mas também “queremos”. Procuramos o que nos atrai. A vontade é a faculdade que nos dá a capacidade de “nos mover” em direção a um bem que desejamos.
A vontade procura sempre um bem que já foi previamente descoberto pela nossa inteligência. A vontade “move-se” para poder alcançar a felicidade que a nossa inteligência pensa que receberemos quando obtivermos o bem que desejamos.
Então, assim como existem “verdades” e “Verdades”, também existem “querer/desejos” e “Querer/Desejos”. Querer comer um pedaço de chocolate num determinado momento é um desejo relativamente sem importância. Mas querer ser eternamente feliz é um desejo que pode afetar todos os nossos pensamentos e ações.
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